segunda-feira, 21 de julho de 2014

Qual a dúvida?

Talvez você realmente não seja o cara certo. Aquele com quem vou me casar e ter dois filhos, uma chácara no interior e no mínimo três cachorros correndo pela casa. Talvez você não seja nem mesmo a pessoa que eu quero apresentar pra minha família e passar os domingos vendo jogo de futebol no sofá com pipoca e guaraná. Nosso time do coração pode até ser o mesmo, mas isso não une propriamente nossos corações. Talvez você seja até mesmo o tipo certo no momento errado, ou o tipo errado no momento certo, ou até o tipo errado no momento mais errado ainda. Talvez, talvez! Mil dúvidas sobre o que te fez entrar em minha vida, despertar o melhor de mim e depois nem aí. Trilhões de dúvidas do que te fizeram ficar e qual a duvida que não te deixa ir. O que te prende, o que te leva, o que te engana, o que te mente, o que te enlouquece, o que te vai e o que te volta.
Dúvidas marcadas por motivos em comum, de uma certeza que não temos de um futuro mais incerto do que o horário da chuva de verão que provavelmente despencará algum dia desses.
Planos em aberto, futuros incertos e vontades infinitas. Pontos finais que foram colocados tantas vezes que se tornaram reticências, nos mostrando que quanto mais tentamos acabar, mais afirmamos que temos muito pela frente.
Nossos amigos nos dizem que é para esquecer, nos apresentam novas pessoas, tão queridas que nem consigo explicar, mas simplesmente não despertam meu olhar mais brilhante, meu sorriso mais bonito e minha risada mais contagiante. Nossos pais dizem que graças a Deus acabou, que éramos um empecilho um para o outro, mas mal sabem eles a paz que nós nos proporcionávamos. Como o carinho era gostoso, como o abraço encaixava. Como um olhar curava qualquer mal estar, e como dormir pensando em você era sinal de sonho bom e um amanhecer feliz com a vida!
A gente reza pedindo para sermos felizes, mesmo distantes, mas ao deitar só nós sabemos a falta que fazemos. A falta de até mesmo sentir falta. A falta de ter saudade. A falta de querer estar juntos e simplesmente não poder, e não por desculpas, mas por estar ocupada demais desejando a tua felicidade. É torcer para que tudo dê certo mesmo sabendo que esse “tudo” vai te levar sempre para mais longe de mim. É querer a felicidade, e cruzar os dedos e pedir com todas as forças que esta felicidade seja ao meu lado. É saber que o certo é simplesmente deixar para lá, sem pensar muito. Fechar os olhos, esquecer as reticências e a história mal acabada que deixamos para trás. Mas ninguém entende que precisamos entender o por quê, o onde, o quando, o como. Como fomos parar aqui? Por quê a duvida? Onde nos perdemos? Quando isso aconteceu?

Pura mania de dois egoístas orgulhosos! Pura mania de amar demais. Querer demais. Queres sempre mais. Não abrir mão mesmo sabendo que talvez seja o melhor a ser feito, mas vai comparar esse melhor com um dos nossos simples abraço! 

Flávia Sitta
(Texto escrito em 21 de julho de 2014)

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